Em entrevista ao Valor Econômico, Izabella Teixeira, Conselheira Consultiva e Internacional do CEBRI e ex-Ministra do Meio Ambiente (2010–2016), defendeu que a COP30 — que será sediada em Belém neste ano — precisa ter uma identidade clara. Na sua visão, esse marco deve representar o início de um debate global sobre a “transição da terra” (land transition), conceito que propõe ampliar e aprofundar as discussões sobre sustentabilidade no uso dos recursos naturais.
Negociadora do Acordo de Paris e Co-Chair do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU Meio Ambiente (IRP/UNEP), Izabella argumenta que, assim como o mundo dedicou as últimas três décadas à transição energética, está na hora de começar a discutir a transição da terra. “A floresta, além de ser um bem ambiental, é também um bem climático”, afirma.
A proposta da Conselheira é que o Brasil lidere uma nova discussão global a partir da COP30. “Transição da terra não é apenas desmatamento”, destaca. Essa estreiteza do conceito do conceito reduziu o papel de países com vastos recursos naturais a agentes passivos, concentrados unicamente na contenção de danos ambientais. “O Brasil é o país que mais produz vida no planeta. Precisamos falar sobre ativos ambientais, não apenas sobre passivos.”
Esse novo paradigma, segundo Izabella, deve abranger temas estratégicos como os modelos de agricultura, a produção de defensivos agrícolas e os caminhos para uma nova mineração
Na entrevista, Izabella Teixeira também refletiu sobre os dez anos do Acordo de Paris, o rompimento da barreira de aumento da temperatura em 1,5°C e destacou a importância da decisão do Embaixador André Corrêa do Lago, Presidente da COP30 e também Conselheiro do CEBRI, de estruturar a conferência em dois trilhos: o das negociações entre governos e o da agenda de ação, voltada a atores não estatais. A ex-Ministra também abordou temas centrais como a governança climática e as transições energética e ecológica.
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