Especialistas em cultura destacam a importância do investimento público-privado no setor

  • 10 fevereiro 2023

No último dia 7/2 (terça-feira), o CEBRI promoveu o lançamento do policy paper do Núcleo Cultura e Relações Internacionais, “Soft Power e Identidade Nacional: o papel da cultura na inserção internacional do Brasil”. Com o objetivo de apresentar desafios e reunir recomendações para o fortalecimento da diplomacia cultural brasileira, o documento foi produzido pelo Embaixador Marcos Azambuja, Conselheiro Emérito do CEBRI, e Evangelina Seiler, Senior Fellow do CEBRI, curadora e consultora de arte.

Na ocasião do lançamento, o Embaixador ressaltou o esforço de articulação entre as temáticas de cultura e relações internacionais, à qual o CEBRI se dedica a explorar. Segundo Azambuja, o ponto de convergência ideal foi encontrado na ideia de soft power, concebida por Joseph Nye, que atesta o poder de influência de um país e, nesse sentido, o policy paper traz uma importante contribuição para pensar “a presença do Brasil diante do mundo e o entendimento do Brasil para dentro”.

Evangelina, por sua vez, destacou, dentre outras recomendações propostas, o incentivo ao diálogo brasileiro com agências nacionais e internacionais de promoção cultural, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (da sigla em inglês UNESCO) e a construção de uma política de diversificação de recursos no setor.

Esta ideia foi ecoada por Paulo Vieira, Diretor Executivo do MAM, que levantou o debate sobre a criação e gerenciamento de endowments, fundos de investimentos que podem ser aplicados na manutenção de instituições culturais ou desenvolvimento de projetos. Na avaliação de Vieira, “o endowment permite levantar recursos além da pressão dos orçamentos anuais [...] e proporciona a liberdade e autonomia cultural de um equipamento que passa a ter a aposta de pessoas no seu longo prazo”.

A respeito dos investimentos no setor, Sebastião Salgado, Conselheiro Consultivo Internacional do CEBRI e fotógrafo, se manifestou em prol do esforço direto do aparelho estatal brasileiro na projeção internacional de sua cultura, afirmando que “a cultura é tão importante quanto as exportações”. Nesse sentido, o artista Vik Muniz identificou a necessidade não apenas de injetar capital nas atividades culturais, cujo grande potencial econômico carece de reconhecimento, mas também do governo “abrir espaço para elas e vestir a camisa da cultura”.

Leia o policy paper na íntegra e confira as recomendações dos especialistas do CEBRI para a maior projeção cultural brasileira no cenário internacional AQUI.

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No último dia 7/2 (terça-feira), o CEBRI promoveu o lançamento do policy paper do Núcleo Cultura e Relações Internacionais, “Soft Power e Identidade Nacional: o papel da cultura na inserção internacional do Brasil”. Com o objetivo de apresentar desafios e reunir recomendações para o fortalecimento da diplomacia cultural brasileira, o documento foi produzido pelo Embaixador Marcos Azambuja, Conselheiro Emérito do CEBRI, e Evangelina Seiler, Senior Fellow do CEBRI, curadora e consultora de arte.

Na ocasião do lançamento, o Embaixador ressaltou o esforço de articulação entre as temáticas de cultura e relações internacionais, à qual o CEBRI se dedica a explorar. Segundo Azambuja, o ponto de convergência ideal foi encontrado na ideia de soft power, concebida por Joseph Nye, que atesta o poder de influência de um país e, nesse sentido, o policy paper traz uma importante contribuição para pensar “a presença do Brasil diante do mundo e o entendimento do Brasil para dentro”.

Evangelina, por sua vez, destacou, dentre outras recomendações propostas, o incentivo ao diálogo brasileiro com agências nacionais e internacionais de promoção cultural, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (da sigla em inglês UNESCO) e a construção de uma política de diversificação de recursos no setor.

Esta ideia foi ecoada por Paulo Vieira, Diretor Executivo do MAM, que levantou o debate sobre a criação e gerenciamento de endowments, fundos de investimentos que podem ser aplicados na manutenção de instituições culturais ou desenvolvimento de projetos. Na avaliação de Vieira, “o endowment permite levantar recursos além da pressão dos orçamentos anuais [...] e proporciona a liberdade e autonomia cultural de um equipamento que passa a ter a aposta de pessoas no seu longo prazo”.

A respeito dos investimentos no setor, Sebastião Salgado, Conselheiro Consultivo Internacional do CEBRI e fotógrafo, se manifestou em prol do esforço direto do aparelho estatal brasileiro na projeção internacional de sua cultura, afirmando que “a cultura é tão importante quanto as exportações”. Nesse sentido, o artista Vik Muniz identificou a necessidade não apenas de injetar capital nas atividades culturais, cujo grande potencial econômico carece de reconhecimento, mas também do governo “abrir espaço para elas e vestir a camisa da cultura”.

Leia o policy paper na íntegra e confira as recomendações dos especialistas do CEBRI para a maior projeção cultural brasileira no cenário internacional AQUI.

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