15/12/2020
O CEBRI e a Michelin estabeleceram uma parceria com o objetivo de promover o diálogo sobre as perspectivas da economia circular no Brasil e as possíveis sinergias com as novas agendas internacionais de sustentabilidade. Essa parceria orienta-se pela importância do debate no tocante ao enfrentamento das três crises ambientais globais – climática, da transição da natureza (biodiversidade) e da poluição – e pelo papel que a sociedade civil e o setor privado podem (ou devem) exercer na necessária transformação da relação do homem com a natureza.
Essa iniciativa foi definida antes da pandemia da COVID-19. Os impactos da crise planetária provocada pela pandemia estão em curso e os seus efeitos sobre o mundo ainda incertos. Não obstante a longa história a ser contada sobre essa crise global da saúde, algumas questões expostas denunciam necessidades de mudança nos processos trilhados, de desenvolvimento econômico e social. Essas necessidades orientam-se pelos riscos e vulnerabilidades que anunciam a inviabilidade do modo como a humanidade tem vivido e se apropriado da natureza. O mundo parou por causa de uma possível disruptura ecológica. As consequências mais visíveis acentuam as já profundas desigualdades sociais e a informalidade econômica (em particular nos países em desenvolvimento) e determinam o risco climático como ameaça tangível e concreta no presente e não mais somente no futuro.
Movimentos políticos sob o guarda-chuva das green economies pontuam novos interesses de países e/ou de blocos de países afirmativos no enfrentamento das crises ambientais globais. Esses movimentos definem-se por novos valores compartilhados e também por corresponsabilidades afirmativas de emergentes comportamentos individuais e coletivos. Pautam-se por uma nova relação com a natureza/meio ambiente, orientando-se pelas economias da inovação e do conhecimento, além de buscarem a ciência e os stakeholders como aliados estratégicos. A ação política é, essencialmente, motivada pelo fortalecimento da democracia e da justiça global. E, ainda, têm os interesses modelados pela sustentabilidade e pelo fortalecimento da cooperação internacional multilateral.
Um dos aspectos-chave do debate internacional sobre os temas ambientais é a necessidade do decoupling entre crescimento econômico e meio ambiente. A ciência é objetiva quando afirma que não há como continuar a exploração de recursos naturais de forma linear, segundo uma perspectiva de não finitude. O planeta não dá conta! Outro aspecto-chave desse debate envolve a necessária aliança entre ciência, formuladores de políticas públicas, sociedade civil e o setor privado.
Novos modelos de negócios são um dos desafios impostos por processos de desenvolvimento orientados pela conservação do meio ambiente (e não mais a sua destruição e/ou degradação). Esse contexto está diretamente relacionado aos contemporâneos modos de produzir e de consumir, onde o comportamento de consumidores e seus estilos de vida têm a proteção ambiental como um valor e um parâmetro orientador de escolha. Os tempos são de rastreabilidade dos impactos nas cadeias produtivas e de suprimentos e de corresponsabilidade de governos, setores produtivos e sociedades sobre as escolhas de consumo. A produção e o consumo sustentável (SCP) ganham novo patamar de importância política e econômica no contexto da transição econômica e ambiental do mundo pós-COVID e da emergência das economias verdes.
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